Pearl Harbour. Um acto de terrorismo do Governo dos USA?

O ataque a Pearl Harbor foi sempre retratado como um «ataque surpresa de uma nação insuspeita». E isso era em grande medida verdade. A atenção do povo americano estava centrada na guerra na Europa, receoso de ser arrastado para ela. Nessa altura já Roosevelt apoiava a Grã-Bretanha contra Hitler fornecendo ao Reino Unido armas sob o acordo (Lend-Lease Act) de Março de 1941. Os carregamentos americanos por barco estavam em perigo devido aos ataques dos submarinos alemães. Poucos americanos estavam preocupados com a guerra Sino-Japonesa que já lavrava desde 1937.

Agora se a administração Americana ficou surpreendida pelo ataque a Pearl Harbor, isso já é um assunto completamente diferente. Existem fortes indícios de que o governo americano sabia dos planos japoneses, ou deveria saber. Existiam claras indicações nesse sentido.

Os serviços de espionagem norte americanos já tinham decifrado todos os códigos japoneses. A 24 de Setembro de 1941, uma mensagem do quartel general dos serviços secretos em Tóquio para o cônsul geral japonês em Honolulu foi decifrada. Solicitava a localização exacta de todos os navios americanos em Pearl Harbor. Uma informação tão detalhada só poderia ser pedida se os japoneses estivessem a planear um ataque aos navios no local onde estavam fundeados. Em Novembro, outra mensagem foi interceptada ordenando mais exercícios simulando ataques a importantes navios ancorados como preparação para “um ataque de surpresa e a completa destruição do inimigo americano”. A única esquadra americana que estava ao alcance era a de Pearl Harbor.


A 25 de Novembro, uma mensagem via rádio do almirante Yamamoto dando indicações a uma força japonesa para atacar a esquadra americana no Havai foi interceptada. No entanto, nesse mesmo dia, o secretário da defesa norte americano, Henry Stimson, escreveu no seu diário:

“Franklin D. Roosevelt afirmou que é muito provável que sejamos atacados já na próxima segunda-feira. Roosevelt interrogou-se: “a questão está na forma de os manobrar de forma a que sejam eles a dar o primeiro tiro sem que isso constitua um perigo demasiado para nós. Não obstante o risco envolvido, contudo, em deixar os japoneses dar o primeiro tiro, chegámos à conclusão que para termos o total apoio do povo americano é desejável que asseguremos que sejam os japoneses a fazê-lo de forma que não restem quaisquer dúvidas no espírito de ninguém de quem foram os agressores”.


A 29 de Novembro, o secretário de estado Americano Cordell Hull mostrou a um repórter do New York Times uma mensagem que dizia que Pearl Harbor ia ser atacada a 7 de Dezembro. À medida que o ataque se aproximava, o governo americano recebeu informação de numerosas fontes que o 7 de Dezembro seria o dia escolhido. A 1 de Dezembro, os serviços de espionagem da marinha em São Francisco souberam através de novos relatórios e outros sinais recolhidos por companhias marítimas que a esquadra japonesa que tinha desaparecido das águas japonesas estava então a oeste do Havai. Aqueles que acreditam que Roosevelt tinha conhecimento do ataque desde o princípio defendem que há muitos outros relatórios a afirmar que os japoneses iam atacar Pearl Harbor mas que ainda hoje não foram desclassificados.


Depois do ataque, é claro que a informação que indicava que os japoneses iam atacar Pearl Harbor estava lá. Mas é muito grave afirmar que o presidente Roosevelt tinha conhecimento de quando e onde é que o ataque ia ter lugar e não tenha tomado nenhuma medida. É, de facto, acusá-lo de traição. Contudo, o ataque japonês serviu perfeitamente os seus propósitos.


Desde a queda da França em Junho de 1940, Roosevelt acreditava que a América teria de entrar na guerra contra Hitler. Em Agosto de 1941, quando Roosevelt e Churchill tiveram um encontro num navio de guerra no Atlântico, Churchill reparou no “intensíssimo desejo de Roosevelt de entrar na guerra”. Mas o povo americano não queria envolver-se numa guerra europeia. Até Roosevelt admitiu que o povo americano nunca concordaria em entrar na guerra na Europa a não ser que fossem atacados dentro das suas próprias fronteiras”.


Roosevelt tinha razão. Após o ataque a Pearl Harbor, o povo Americano estava desejoso, senão mesmo impaciente, de ir para a guerra. Logo que os Estados Unidos declararam guerra ao Japão, segundo as disposições do pacto tripartido assinado pela Alemanha, Itália e Japão em Setembro de 1940, Hitler declarou guerra aos Estados Unidos. Na conferência Atlântica Roosevelt já tinha concordado com Churchill que a prioridade era vencer Hitler, antes de acabar com o Japão.


Portanto o ataque a Pearl Harbor permitiu a Roosevelt trazer a América para a guerra contra a Alemanha “por portas travessas”. É difícil imaginar como é que isto poderia ter sido conseguido de outra forma e existe quem defenda que o plano de Roosevelt de levar a América para a guerra contra a vontade do seu povo foi a “mãe de todas as conspirações”. Mantêm que Roosevelt movimentou a esquadra do Pacífico da costa ocidental para o Havai contra o parecer de todos os seus comandantes não para ameaçar os japoneses, mas para servir como isco.


Roosevelt: Um grande Presidente ou um Homicída pérfido???



Em Setembro de 2000, poucos meses antes do acesso de George W. Bush à Casa Branca, o “Project for a New American Century” (PNAC) publicou o seu projecto para a dominação global sob o título: "Reconstruindo as defesas da América" ("Rebuilding American Defenses" pág 51).


Um ano antes do 11 de Setembro, o PNAC fazia apelo a "algum evento catastrófico e catalisador, como um novo Pearl Harbor", o qual serviria para galvanizar a opinião pública americana em apoio a uma agenda de guerra".

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