No sítio onde está situado actualmente o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios existia antigamente outro local de diversão: desde 1361 que o povo acorria à capelinha dedicada a S.to Estêvão, peregrinando ao longo do desnível de 600 metros até atingir o cimo do monte. Em meados do Séc. XVI o pequeno templo ameaçava ruínas, o que levou o Bispo da cidade, D. Manuel de Noronha, a mandar construir nova igreja, à qual acrescentou nova devoção: uma imagem da virgem com a menina ao colo, que mandara trazer de Roma por ser considerada na «cidade santa» como grande remediadora dos males de que os crentes se lhe queixavam. Mas enquanto a virgem ia respondendo aos apelos dos crentes aflitos, conseguindo remédio para os seus males, o santo parece ficar esquecido das súplicas dos devotos, caindo no esquecimento.
No dia 4 de Agosto de 1748 foi eleita uma comissão para constituição da confraria que deveria providenciar a edificação de um Santuário dedicado, em exclusivo, à famosa Senhora dos Remédios. Dois anos depois, no dia 14 de fevereiro, procedia-se ao lançamento da primeira pedra para a construção. Entretanto, arrastaram-se as obras devido à sumptuosidade que lhes foram querendo imprimir, tendo apenas terminado em setembro de 1905. O altar-mor ostenta um trono com a imagem da Nossa Senhora dos Remédios. Os dois altares laterais são dedicados aos pais da virgem , São Joaquim e Santa Ana. Os azulejos que recobrem as paredes contam a História da virgem e estão assinados por Miguel Costa, de Coimbra. Atente na decoração da fachada: cada espaço possível foi ocupado, não deixando nenhuma parte da parede vazia. Atreva-se a descer o escadório composto por 686 degraus. O primeiro patamar, conhecido por Pátio dos Reis, representa 18 monarcas e sacerdotes de Israel pertencentes à árvore genealógica da Virgem. A decoração de cada patamar e as sucessivas variações de perspectiva, ajudarão a amenizar a peregrinação. E lembre-se que ainda mais difícil seria subi-los... Se visitar Lamego em Setembro, saiba que, entre os dias 6 e 8, se realiza a grande romaria iniciada por D. João VI, considerada a «romaria de Portugal». Um dos momentos altos de festa em honra da Senhora dos Remédios é a procissão do Triunfo: O andor é transportado por juntas de bois, com os carros magnificamente engalanados.
Ao fundo do escadório abre-se a Avenida Dr. Alfredo de Sousa. Dir-se-iam duas artérias diferentes, devido a uma placa central separadora decorada com esculturas, colocadas em espelhos de água. Essas figuras que aí estão representam as 4 Estações do Ano.
No final da avenida existem igualmente mais duas figuras femininas que seguram potes de onde jorram água. Essas figuras pela forma de como foram esculpidas levaram a chama-las de «cochichos», visto estas darem a entender que estão a falar uma ao ouvido da outra.
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