O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO
RECTIFICAÇÃO
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Por Kaúlza de Arriaga
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Novembro de 1998
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Da excelente Obra " O Livro Negro do Comunismo" consta, na edição francesa a páginas 763 e na edição portuguesa a páginas 795, um erro grave. Ali se afirma que " a Frelimo tinha conseguido, antes da revolução dos cravos portuguesa (25 de Abril de 1974) colocar em dificuldade as tropas coloniais" ( ou mais correctamente as tropas portuguesas).
Tal é inteiramente falso. Bem pelo contrário a Frelimo esteve na iminência de colapso total, logo após a Operação "Nó-Górdio", sendo, então, salva, pela proximidade da Tanzânia, e estava na iminência de igual colapso, precisamente quando eclodiu o " 25 de Abril", sendo, agora, salva pelo Movimento das Forças Armadas.
O General António Spínola, no seu livro "País sem Rumo", a páginas 289 e 290, explica, como segue, o erro em causa:
- Não conhecia Moçambique. O meu juízo sobre o seu ambiente humano era, portanto, imperfeito e o conhecimento da situação militar baseava-se, exclusivamente, em informações oficiais. Em contrapartida, o General Costa Gomes, não só por ali ter estado em funções de alta chefia militar como pelo cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas que desempenhara no anterior regime, afirmava-se profundo conhecedor do ambiente local, pelo que nele me apoiava em tudo o que se referia à descolonização daquele território. Em seu critério, a situação era crítica e havia-se agravado sensivelmente nos últimos três anos.
- De acordo com afirmações posteriormente produzidas por representantes qualificados da Frelimo, este juízo da situação militar de Moçambique carecia de fundamento. Segundo esses representantes, a Frelimo atravessara duas fases críticas- -em 1970, estivera à beira do colapso no final da operação "Nó-Górdio", devido ao volumoso número de baixas sofridas, e em 1974, quando do desencadeamento da "Revolução de Abril", atravessava uma fase grave de desmoralização, motivada por dificuldades insuperáveis de recompletamento de efectivos, cansaço e hostilidade das populações, o que os levou a afirmar que a "Revolução de Abril" tinha apanhado a Frelimo em fase crítica de desequilibrio e que esta devia exclusivamente àquela Revolução a sua recuperação.
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