Anticristo: a besta semelhante ao Cordeiro
Segundo Mussner "a vontade e os planos do anticristo podem ser facilmente reconhecidos, através de sua mentalidade e de suas obras". Ele pergunta. "A história e a situação mundial estão se tornando maduras para uma acção mundial do anticristo, como a Escritura descreve? A história já avançou tanto, de forma a tornar possível a chegada do anticristo?" E responde: "Sim! A história e o mundo já estão bastante amadurecidos para a aparição do anticristo, e essa tomada de consciência exige dos cristãos muita vigilância e objectividade."
E em outra passagem: "A grande tentação durante o tempo do anticristo não é só a da apostasia da fé, mas a aparente fraqueza de Deus, o aparente abandono e entrega da Igreja ao anticristo e ao seu poder. Então é necessário ter fé corajosa e inabalável fidelidade à Palavra da Escritura [...], sabendo que o próprio Deus intervirá, através do Seu Cristo, e dará fim rápido à fúria do anticristo contra a comunidade cristã.
Quem é ele?
Poucos personagens-símbolo da Bíblia mereceram tantos comentários e deram margens a tantas especulações como o anticristo. Vale a pena debruçarmo-nos sobre essa figura, o que ajudará a conhecer um pouco a doutrina do Novo Testamento a seu respeito, e assim possibilitar "ao cristão conhecer os verdadeiros bastidores da história universal", segundo Mussner, que também aqui estamos resumindo.
Embora mergulhe suas raízes no Antigo Testamento, onde encarna os grandes adversários históricos do povo de Israel (faraó, Nabucodonosor, Antíoco IV, etc.), o anticristo, isto é, o contracristo, é uma figura típica do Novo Testamento. Encontramo-lo mencionado nas duas primeiras cartas de São João e no seu Apocalipse e descrito como o "filho da perdição" por São Paulo. "Ouvistes dizer que o Anticristo vem [...] e já há muitos anticristos" (I Jo 2,18). Refere-se ao aparecimento de heresias, que atacavam a cristologia tradicional da Igreja: "Quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o anticristo" (I Jo 2,22).
"Todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas o espírito do anticristo" (I Jo 4,3). "Quem proclama que Cristo não se encarnou é o Anticristo" (II Jo,7). "Antes deve manifestar-se o homem ímpio, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que leva o nome de Deus ou que se adora, chegando a sentar-se pessoalmente no templo de Deus e querendo passar por Deus" (II Ts 2,3-4). É aos precursores do anticristo que se refere Jesus ao nos alertar que naqueles dias "surgirão falsos profetas, que farão milagres, a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos" (Mt 24,24; Mc 13,22).
No capítulo 17 do Apocalipse, o anticristo aparece como a "prostituta" ou "grande meretriz", sentada em cima da fera, que é a primeira besta. Seduziu os habitantes do mundo com a sua luxúria, isto é, profanando e prostituindo a fé, os templos, os altares e os sacramentos por toda a terra. Além disso, por ambição e crueldade, ficou "ébria do sangue dos santos e dos mártires de Jesus" (Ap 17,6).
Com o excesso de confiança no seu poder invencível, não previu o imprevisível: a própria primeira besta, sobre a qual estava sentada e que lhe havia dado todo o poder, odiou esta prostituta toda-poderosa, que reivindicou também para si o título de divindade, e resolveu destroná-la: começou a desnudá-la, comendo-lhe as carnes e queimando-a no fogo, com todos os requintes de crueldade (cf. Ap 17,16). Assim morreu a poderosa besta, que tinha o número 666.
Em três diferentes citações, o anticristo vem designado como o "falso profeta" (cf. Ap 16,13; 19,20; 20,10). Trata-se de uma alusão ao principal dos falsos cristos e falsos profetas contra os quais Jesus alerta. O falso profeta sempre aparece associado aos seus dois comparsas: o dragão vermelho (satanás) e a primeira besta. Juntos formam o tripartido conluio do poder das trevas, insinuando um sinistro confronto com o poder celeste, a Santíssima Trindade.
É impossível conceber o anticristo isoladamente, sem a sua vinculação indissociável com a primeira besta (maçonaria), a qual, por seu turno, vinculada com satanás, recebe dele seu extraordinário poder. Por isso o Apocalipse confirma três vezes que a segunda besta (anticristo) é controlada pela primeira, ou seja, o anticristo dominado pela franco-maçonaria.
Poder político e económico
O anticristo, que aqui deve ser compreendido como uma pessoa, representará o maior poder político da história universal. Ele construirá um reino mundano e ateu - e no Apocalipse trata-se, em última análise, da seguinte pergunta: "No final, quem dominará o mundo?" O conceito "domínio do mundo" aparece expressamente no Apocalipse 13,17, dispondo , através dele, de todo o poder econômico do mundo: "Para que ninguém possa vender ou comprar, se não tiver a marca e o nome da besta, ou o número do seu nome" (Ap 13,17) e "teus mercadores eram os magnatas da terra" (Ap 18, 23).
Essa segunda besta ou anticristo, "que tinha dois chifres e era semelhante a um cordeiro, mas falava como um dragão" (Ap 13,11), é subserviente à primeira, até a divergência fatal entre ambas (cf. Ap 17,16). Ela faz "com que a terra e seus habitantes adorem a primeira besta" (Ap 13,12). "Ela opera grandes maravilhas, até mesmo a de fazer descer fogo do céu sobre a terra, à vista dos homens. Graças às maravilhas que lhe foi concedido realizar a serviço da besta, ela seduz os habitantes da terra" (Ap 13,13-14).
A segunda besta, que é o anticristo e o falso profeta, cuida que a primeira besta seja venerada, através do culto, pelos homens e povos, como o novo deus, em lugar do verdadeiro Rei dos povos (como Deus é chamado em Ap 15,3).
O poder do anticristo no final dos tempos, portanto, está ligado também com um tipo de religião estatal, à qual todos têm de se filiar se não quiserem tornar-se mártires. A Igreja dos últimos tempos será Igreja de mártires, e toda a sua antiga glória deverá desaparecer dela.
Resumindo: O anticristo e, respectivamente, o seu poder no final dos tempos, representará o mais forte poder político e económico jamais havido no mundo. Seu reino abrange o universo inteiro e representa ao mesmo tempo poder espiritual que prega uma nova fé, em substituição à antiga. Mas o Cordeiro, isto é, Cristo, vencerá o anticristo e seu poder (cf. Ap 17,14; 19,20-21).
Um sinal infalível indicado pela Bíblia para reconhecer que o dia da volta de Cristo está chegando, é o aparecimento do filho da perdição ou do anticristo. De acordo com I Jo 2,18, já naquele tempo muitos anticristos se encontravam em acção no mundo, como percursores do verdadeiro anticristo que haveria de surgir no fim dos tempos.
Segundo Mussner "a vontade e os planos do anticristo podem ser facilmente reconhecidos, através de sua mentalidade e de suas obras". Ele pergunta. "A história e a situação mundial estão se tornando maduras para uma acção mundial do anticristo, como a Escritura descreve? A história já avançou tanto, de forma a tornar possível a chegada do anticristo?" E responde: "Sim! A história e o mundo já estão bastante amadurecidos para a aparição do anticristo, e essa tomada de consciência exige dos cristãos muita vigilância e objectividade."
E em outra passagem: "A grande tentação durante o tempo do anticristo não é só a da apostasia da fé, mas a aparente fraqueza de Deus, o aparente abandono e entrega da Igreja ao anticristo e ao seu poder. Então é necessário ter fé corajosa e inabalável fidelidade à Palavra da Escritura [...], sabendo que o próprio Deus intervirá, através do Seu Cristo, e dará fim rápido à fúria do anticristo contra a comunidade cristã.
Quem é ele?
Poucos personagens-símbolo da Bíblia mereceram tantos comentários e deram margens a tantas especulações como o anticristo. Vale a pena debruçarmo-nos sobre essa figura, o que ajudará a conhecer um pouco a doutrina do Novo Testamento a seu respeito, e assim possibilitar "ao cristão conhecer os verdadeiros bastidores da história universal", segundo Mussner, que também aqui estamos resumindo.
Embora mergulhe suas raízes no Antigo Testamento, onde encarna os grandes adversários históricos do povo de Israel (faraó, Nabucodonosor, Antíoco IV, etc.), o anticristo, isto é, o contracristo, é uma figura típica do Novo Testamento. Encontramo-lo mencionado nas duas primeiras cartas de São João e no seu Apocalipse e descrito como o "filho da perdição" por São Paulo. "Ouvistes dizer que o Anticristo vem [...] e já há muitos anticristos" (I Jo 2,18). Refere-se ao aparecimento de heresias, que atacavam a cristologia tradicional da Igreja: "Quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o anticristo" (I Jo 2,22).
"Todo espírito que não proclama Jesus, esse não é de Deus, mas o espírito do anticristo" (I Jo 4,3). "Quem proclama que Cristo não se encarnou é o Anticristo" (II Jo,7). "Antes deve manifestar-se o homem ímpio, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que leva o nome de Deus ou que se adora, chegando a sentar-se pessoalmente no templo de Deus e querendo passar por Deus" (II Ts 2,3-4). É aos precursores do anticristo que se refere Jesus ao nos alertar que naqueles dias "surgirão falsos profetas, que farão milagres, a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos" (Mt 24,24; Mc 13,22).
No capítulo 17 do Apocalipse, o anticristo aparece como a "prostituta" ou "grande meretriz", sentada em cima da fera, que é a primeira besta. Seduziu os habitantes do mundo com a sua luxúria, isto é, profanando e prostituindo a fé, os templos, os altares e os sacramentos por toda a terra. Além disso, por ambição e crueldade, ficou "ébria do sangue dos santos e dos mártires de Jesus" (Ap 17,6).
Com o excesso de confiança no seu poder invencível, não previu o imprevisível: a própria primeira besta, sobre a qual estava sentada e que lhe havia dado todo o poder, odiou esta prostituta toda-poderosa, que reivindicou também para si o título de divindade, e resolveu destroná-la: começou a desnudá-la, comendo-lhe as carnes e queimando-a no fogo, com todos os requintes de crueldade (cf. Ap 17,16). Assim morreu a poderosa besta, que tinha o número 666.
Em três diferentes citações, o anticristo vem designado como o "falso profeta" (cf. Ap 16,13; 19,20; 20,10). Trata-se de uma alusão ao principal dos falsos cristos e falsos profetas contra os quais Jesus alerta. O falso profeta sempre aparece associado aos seus dois comparsas: o dragão vermelho (satanás) e a primeira besta. Juntos formam o tripartido conluio do poder das trevas, insinuando um sinistro confronto com o poder celeste, a Santíssima Trindade.
É impossível conceber o anticristo isoladamente, sem a sua vinculação indissociável com a primeira besta (maçonaria), a qual, por seu turno, vinculada com satanás, recebe dele seu extraordinário poder. Por isso o Apocalipse confirma três vezes que a segunda besta (anticristo) é controlada pela primeira, ou seja, o anticristo dominado pela franco-maçonaria.
Poder político e económico
O anticristo, que aqui deve ser compreendido como uma pessoa, representará o maior poder político da história universal. Ele construirá um reino mundano e ateu - e no Apocalipse trata-se, em última análise, da seguinte pergunta: "No final, quem dominará o mundo?" O conceito "domínio do mundo" aparece expressamente no Apocalipse 13,17, dispondo , através dele, de todo o poder econômico do mundo: "Para que ninguém possa vender ou comprar, se não tiver a marca e o nome da besta, ou o número do seu nome" (Ap 13,17) e "teus mercadores eram os magnatas da terra" (Ap 18, 23).
Essa segunda besta ou anticristo, "que tinha dois chifres e era semelhante a um cordeiro, mas falava como um dragão" (Ap 13,11), é subserviente à primeira, até a divergência fatal entre ambas (cf. Ap 17,16). Ela faz "com que a terra e seus habitantes adorem a primeira besta" (Ap 13,12). "Ela opera grandes maravilhas, até mesmo a de fazer descer fogo do céu sobre a terra, à vista dos homens. Graças às maravilhas que lhe foi concedido realizar a serviço da besta, ela seduz os habitantes da terra" (Ap 13,13-14).
A segunda besta, que é o anticristo e o falso profeta, cuida que a primeira besta seja venerada, através do culto, pelos homens e povos, como o novo deus, em lugar do verdadeiro Rei dos povos (como Deus é chamado em Ap 15,3).
O poder do anticristo no final dos tempos, portanto, está ligado também com um tipo de religião estatal, à qual todos têm de se filiar se não quiserem tornar-se mártires. A Igreja dos últimos tempos será Igreja de mártires, e toda a sua antiga glória deverá desaparecer dela.
Resumindo: O anticristo e, respectivamente, o seu poder no final dos tempos, representará o mais forte poder político e económico jamais havido no mundo. Seu reino abrange o universo inteiro e representa ao mesmo tempo poder espiritual que prega uma nova fé, em substituição à antiga. Mas o Cordeiro, isto é, Cristo, vencerá o anticristo e seu poder (cf. Ap 17,14; 19,20-21).
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