A farsa do Homem de Piltdown.


Uma farsa que durou mais de 40 anos. Se os fósseis são o registro mais seguro que os pesquisadores tem para reconstituir o remoto passado do planeta, falsificá-los é colocar em dúvida a própria pesquisa paleontológica, mas essas coisas acontecem. Mais recentemente, John Talent, um cientista australiano acusou o renomado professor Viswa Jit Gupta, da Universidade de Panjab, na Índia, de ter enviado fósseis a um colega alemão como se tivessem sido descobertos por ele na cordilheira do Himalaia. Eram do Marrocos. Mas, o mais célebre caso de fraude paleontológica, porém, ocorreu no começo do século 20, quando o arqueólogo inglês Charles Dawson anunciou ter encontrado exemplares fósseis do que seria do homem de Piltdown, em Sussex, na Inglaterra.
A descoberta teve um papel decisivo nos rumos das pesquisas sobre a origem e a evolução do homem, mas em 1953, exames espectógrafos com raios X e testes com flúor revelaram uma grosseira montagem: Os fragmentos cranianos pertenciam na realidade a um homo sapiens de 10 mil anos, o maxilar, cujos dentes foram limados para simular desgaste e envelhecidos quimicamente, era provavelmente de um orangotango. E o homem de Piltdown sumiu dos livros de paleontologia.
A principal razão porque Piltdown não foi desmascarado como fraude mais cedo foi devido aos cientistas não terem acesso às "provas," que foram fechadas no Museu Britânico. Em vez de focarem a atenção no exame dos "factos" mais cuidadosamente para descobrir a fraude, não puderam sequer examinar a prova fisica! Tiveram de usar moldes e ficar satisfeitos com rápidos olhares aos originais para comprovar que os moldes eram exactos.

A moral de Piltdown é que a ciência é falível, uma actividade humana que nem sempre toma o caminho mais directo para compreender a natureza. Quando uma anomalia como a descoberta de um crânio humano com um maxilar de macaco ocorre deve-se encaixar numa nova teoria, re-examinar a prova em busca de erros de interpretação, ou mostrar que não é uma anomalia e encaixá-la na teoria existente. O que dirige um cientista pode ter mais a ver com as expectativas pessoais e preconceitos culturais do que uma objectividade mitica atribuivel a uma Teoria Geral da Verdade e Conhecimentos Objectivos.

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