OVNI / UFO - Trindade: Dúvida, Boatos e Fraude.

No relatório do projecto Blue Book sobre o caso da Ilha de Trindade, o capitão M. Sunderland escreve que "parece também que o objecto estava invertido na fotografia 2, comparando-a com a 1 e a 3". Apesar do mesmo relatório terminar com um famoso sarcasmo sobre marcianos adorarem conforto, aqui está uma alegação simples e objectiva que se puder ser verificada e devidamente negada ou mesmo confirmada, poderia jogar alguma luz nova neste nebuloso caso. Isto porque mesmo a olho nú podemos ver nas primeiras fotografias da série que o objecto apresenta uma mancha mais escura, chamada por alguns de "domo", e ela de fato se encontra na parte superior esquerda na fotografia 1 para depois estar na parte inferior direita na fotografia 2. Há pouco tempo Martin Powell publicou uma análise, que também está disponível on-line, onde baseado em scans das imagens do objecto no livro de Ronald Story, mostrou que realmente há semelhanças notáveis entre a imagem do objecto na fotografia 1 e a imagem invertida do objecto na fotografia 2. As implicações deste aspecto, se confirmado, são cruciais para o caso pois se centram na única evidência física do caso.
Infelizmente, até onde sei ninguém se interessou em investigar a questão de forma mais profissional e definitiva, não só depois do artigo de Powell, como em todas as décadas depois do caso Trindade. Análises profissionais foram feitas nas fotografias, mas desconheço que qualquer uma delas tenha abordado especificamente a alegação de Sunderland sobre inversão. Em vista desta situação, mesmo como leigo procurei fazer algo, e com base em scans das imagens do objeto publicadas na revista UFO brasileira, fiz outra comparação independente da de Powell, e ela parece confirmar seu resultado.
Modificando valores de contraste e brilho das imagens do objecto nas fotografias 1 e 2, semelhanças evidentes se destacam. Utilizando-se de outros filtros, estas semelhanças também são destacadas. É importante notar que nenhum destes filtros é arbitrário, isto é, não foram feitos retoques manualmente de forma arbitrária para fazer com que uma imagem se parecesse com outra. Ao invés, foram utilizados filtros aplicados a toda a imagem. Eles são sim seletivos, afinal, todo filtro de imagem tem o objetivo de destacar certas informações da mesma com base em funções matemáticas, e eu ajustei a intensidade do filtro de forma manual até onde achava que as semelhanças se destacavam mais. Mas o que se vê não apresenta nenhuma adulteração maliciosa. As semelhanças são assim relevantes: por mais que se manipulem filtros como os usados, duas imagens diferentes devem continuar razoavelmente diferentes, salvo por uma conjunção de circunstâncias rara, que de toda a forma não parece plausível aqui.

Nesta análise leiga, também procurei comparar a imagem do objecto nas fotografias 3 e 4. Devo confessar que as semelhanças são bem menos evidentes. Contudo, ao que me parece na fotografia 3 também pode ser identificado o "domo", e ele está na parte inferior direita, como na fotografia 2. Desta forma, parece-me que o oficial Sunderland errou ao dizer que a imagem do objecto na fotografia 2 é que seria a imagem invertida em relação à 1 e 3. Ao que parece, seria a fotografia 1 a estar invertida com relação às imagens 2 e 3. A fotografia 4 infelizmente não me pareceu indicar nada, nem mesmo um "domo".

Contudo, Powell indicou-me que comparando a fotografia 3 e um espelhamento vertical (flipping) da fotografia 4, havia algumas semelhanças, como pode ser visto na imagem acima. Desta forma, podemos sugerir que todas as quatro fotografias são versões diferentes da mesma imagem original, provavelmente nunca tornada pública por razões óbvias. A primeira foto está invertida em relação à segunda e terceira, e a quarta fotografia seria uma imagem espelhada. Nada disto é certo, mas penso que pelo menos a similaridade entre a imagem do OVNI na foto 1 e a imagem invertida do OVNI na foto 2 é muito relevante, como pode ser visto mais claramente na animação abaixo:

Esta "análise" é completamente leiga e amadora. Foi feita tomando-se por base scans de uma revista, e não cópias directas dos negativos, muito menos os próprios negativos que parecem ter estranhamente sumido. Segundo informações que ainda precisam ser bem verificadas, Baraúna teria vendido os negativos à agência de notícias brasileira "Meridional" e comprado um apartamento com o dinheiro. O que a agência teria feito com os negativos é ainda mais incerto.
Mas espero que mais esta iniciativa ajude a acender um interesse mais sério, seja de quem for, para negar ou confirmar as informações indicadas aqui. Nem preciso dizer que se todas as imagens do objecto na série de quatro fotografias são de facto demasiadamente similares, incluindo uma inversão inicial e um espelhamento final, então a hipótese de fraude figura não só como plausível, mas como praticamente certa.



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