Goebbels: A grande voz do Nazismo.

Joseph Paul Goebbels, orador mordaz e um dos principais nomes do Partido Nazi tornou-se ministro da Propaganda Nazi em 13 de março de 1933.
Nascido em Rheydt, pequena cidade da Rhineland, em 29 de outubro de 1897, Joseph Goebbels pertencia a uma família católica, sendo seu pai contramestre de uma fábrica têxtil. Acometido de uma paralisia infantil, tornou-se um jovem voltado para leitura, com um rendimento satisfatório nos estudos. Em 1914, quando da irrupção da Primeira Guerra, viu-se extremamente frustrado ao ser considerado incapaz para o serviço militar. Obtendo uma bolsa na universidade de Heidelberg, completou seu doutorado em filosofia em 1921, enfrentando em seguida um período de dificuldades, com a sucessiva rejeição de seus escritos por jornais e editoras.

Atraído pelo discurso nacionalista dos nazis, Goebbels tornou-se secretário de um expressivo nome da ala socializante do movimento nazi, Gregor Strasser, actuando como representante do partido na Rhineland-Westphalia, onde começou a desenvolver a capacidade de oratória que o notabilizaria nos próximos anos. As crescentes rivalidades e choques entre Strasser e Hitler, entretanto, exigiram uma tomada de posição de Goebbels em relação à sua inclinação dentro do partido. A tensão chegou ao ápice no episódio envolvendo a postura dos nazis na questão da indenização das propriedades dos príncipes alemães.

Na Conferência de Bamberg, em 1926, Goebbels posicionou-se a favor de Hitler. Este, por sua vez, percebeu nele um talento a ser aproveitado na consolidação de sua liderança no norte do país, diminuindo a incómoda influência de Strasser. Com esse objectivo, Goebbels foi nomeado Gauleiter de Berlim, cargo que manteria até o final da vida.

Em pouco tempo, através da acção combinada dos recursos de propaganda com a violência de rua contra os inimigos políticos, Goebbels conseguiu de fato ampliar as bases do fascismo, tornando o movimento cada vez mais conhecido. Neste sentido, papel importante coube ao jornal Der Angriff (O Ataque), onde Goebbels difundiu as posições nazis de forma agressiva, atacando principalmente judeus e comunistas. Em 1928, assumiu a liderança da máquina de propaganda do partido, sendo também eleito para o Reichstag.

Nesta época, foi responsável pela introdução da saudação “Heil Hitler”, aspecto fundamental dentro do conjunto de valores que contribuíram para forjar o culto em torno do Führer, considerada pelo próprio Goebbels uma de suas maiores realizações no campo da propaganda. Por outro lado, foram lançados, ainda nesse período, os grandes espetáculos públicos que marcariam o movimento, difundindo-se as bases de uma estetização da política em torno de princípios nazis.

Em 1933, com a chegada de Hitler ao poder, o papel de Goebbels tenderia a ganhar uma importância ainda maior dentro da consolidação da hegemonia nacional-socialista. Assumindo o Ministério da Propaganda e da Informação Pública, o Doutor, como era conhecido em alguns círculos, passou a controlar amplos setores da vida cultural da Alemanha, moldando-os de acordo com a visão de mundo nazista. Nesse sentido, foi criada a Câmara de Cultura do Reich, tendo como uma de suas primeiras providências o requerimento de certificado de ancestralidade ariana, visando promover o banimento de judeus das atividades culturais.

Paralelamente, Goebbels organizou autos-de-fé, envolvendo autores considerados contrários aos verdadeiros valores alemães. Foram levados à fogueira desde obras de escritores liberais, pacifistas e socialistas até livros de Freud, encarado como um duplo perigo por sua ascendência judaica e pelas próprias indagações da psicanálise. Com o decorrer dos anos, a ação da propaganda anti-semita desenvolvida por Goebbels contribuiria para criar as condições que conduziriam ao grande pogrom de 1938, conhecido como a Noite de Cristal (Kristallnacht), onde centenas de propriedades judaicas foram destruídas em diversas cidades alemãs.

Através de um controle extremamente centralizado de diversas áreas de influência no universo da cultura, a propaganda nazi utilizou os recursos da imprensa e das novas mídias, como o rádio e a televisão. Uma atenção especial foi conferida ao cinema, não só pela importância que Goebbels conferia a este veículo como arma política, quanto em função de seu gosto pessoal pela arte cinematográfica.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, a importância de Goebbels tornou-se ainda maior diante dos crescentes dilemas do esforço de guerra alemão. Na própria Alemanha, os cuidados estavam voltados para manter alta a moral da população, sustentando a crença de um exército imbatível, assim como da infalibilidade dos líderes. Nos territórios ocupados, a produção cultural era severamente vigiada, combatendo-se veementemente qualquer manifestação de resistência no plano da cultura. Em relação aos inimigos externos, a ação de Goebbels também se fez sentir. Uma das mais atuantes foi o recurso das transmissões radiofônicas enviadas aos países inimigos, principalmente a Inglaterra, procurando minar a resistência dos civis face aos ataques nazis.

Com a derrota alemã em Stalingrado, em 1943, Goebbels assumiu uma posição decisiva, anunciando, no Palácio dos Esportes, em Berlim, a Guerra Total contra os Aliados. Exigindo um esforço do conjunto da população nesta hora crítica, estabeleceu a jornada de trabalho de 60 horas por semana e restringiu as atividades ligadas à educação e ao lazer.

Diante dos ataques da aviação inimiga, foram organizados comboios de ajuda às cidades alemãs mais afetadas pelos bombardeios, onde Goebbels comparecia levando alimentos, agasalhos e remédios. Tal ação contribuía para preservar sua imagem em relação à população, em um momento onde eram impostas tantas exigências e sacrifícios. Por outro lado, Goebbels nunca deixou de difundir até o momento final a idéia de que uma arma secreta desenvolvida por cientistas e militares poderia reverter o curso da guerra em favor da Alemanha.

Após o atentado a Hitler, em julho de 1944, Goebbels assumiria mais uma função, tornando-se responsável pelo controle militar em Berlim. Em breve, recebeu o título de Plenipotenciário do Reich para a Guerra Total, tornando-se juntamente com Himmler um dos homens mais poderosos da Alemanha, depois do Führer. Com o avanço das tropas soviéticas, diante da derrota iminente, Goebbels defendeu, através dos recursos de propaganda que lhe restavam, a táctica da terra arrasada.

Em abril de 1945, transferiu-se com sua esposa e seus filhos para o bunker de Hitler em Berlim. Neste esconderijo, viveria seus últimos momentos, chegando a ser indicado no testamento deixado pelo Führer como seu legítimo sucessor na chancelaria do Terceiro Reich. Com a morte de Hitler, Goebbels ainda tentou uma última manobra, procurando assinar um armistício em separado com os soviéticos. Não aceitando a rendição incondicional exigida pelos inimigos, Goebbels assistiria à sua esposa a envenenar os seus próprios, tirando o casal a sua própria vida logo em seguida, a 1º de maio de 1945

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