Camões, um mito da literatura Portuguesa.


A biografia e a bibliografia de Luis Vaz de Camões é apaixonante. Isso se dá não só pela distância temporal como também pela falta de dados confiáveis. Nos fascina a grandiosidade da obra, é um verdadeiro mito dentro da literatura portuguesa e universal.

Luís Vaz de Camões foi um dos vultos maiores da literatura da Renascença. Nascido em 04 de fevereiro de 1524, em local incerto (Lisboa ou Coimbra), filho de uma família da pequena nobreza, não se pode aceitar que não tenha tido uma educação formal de qualidade, tendo em vista a universalidade do conhecimento de sua obra, particularmente da épica.

São mal conhecidas a sua infância e primeira mocidade. Estudou em Coimbra, sem que se saiba onde e como acumulou a larga e variada cultura humanística patente em sua obra. Fidalgo, ainda que pobre, freqüentou a corte de Dom João III.

Freqüentou a corte e a boêmia lisboeta, onde o génio forte e aventureiro o marcaram e conseguiram o cognome de "o trinca-ferros" com que passou a ser conhecido. Envolvido em brigas e confusões, acabou embarcado para o serviço militar nas índias - Portugal então estava empenhado na expansão ultramarina - e passou cerca de vinte e cinco anos longe da pátria, chorando o "exílio amargo e o génio sem ventura".

Sofreu provavelmente exílio no Ribatejo e, em 1547, partiu para Ceuta, a servir naquela guarnição militar; ali, em luta com os mouros de Mazagão, vazaram-lhe o olho direito. De volta à pátria, feriu numa rixa, em Lisboa, a um moço do paço e foi para a prisão, de onde saiu engajado para a Índia. No Oriente, tomou parte em várias expedições militares e cruzeiros marítimos. Em Macau, teria exercido o cargo de provedor de defuntos e ausentes; demitido por causa de uma questão com os colonos, foi chamado a Goa. O navio que o conduzia naufragou no mar da China, mas o poeta conseguiu salvar-se a nado com o manuscrito de "Os Lusíadas", então já bem adiantado.

Em Goa ficou até 1567, quando regressou a Portugal com escala em Moçambique, onde se demorou alguns anos e onde Diogo do Couto, seu grande admirador, o foi encontrar tão pobre que "comia de amigos". Depois desse longo desterro, voltou a Lisboa, por obra e graça do acaso e da ajuda de amigos, em 1569 ou 1570. Dois anos mais tarde publicou "Os Lusíadas", que por si só vale por uma literatura inteira. Dom Sebastião, a quem é o poema dedicado, galardou-o por três anos com uma tença anual de 15.000 réis. Mas o poeta morreu na miséria, num leito de hospital.

À parte Os Lusíadas, quase toda a produção camoniana foi publicada postumamente: numerosos sonetos, canções, odes, elegias, éclogas, cartas e os três autos - Anfitriões (1587), Filodemo (1587), El-rei Seleuco (1645). Edição crítica de sua lírica de Leodegário de Azevedo Filho, em 7 vol. Quatro deles já foram publicados pela Imprensa Nacional de Lisboa.

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